terça-feira, 29 de dezembro de 2009
sexta-feira, 25 de dezembro de 2009
Na Praia
Óleo s/tela - Colecção particular
Na praia
(Ao Tio Argentino, arrais da barca “Dois Amigos”)
-Olá arrais! Deus Salve! – Então que tal,
Que tal a pesca? – Só um lote!
- Isto vai mal arrais, isto vai mal.
Lá na minha sacada, nem caixote!
- Que quer você? Lapeiro, vendaval…
No ano passado, sim, foi um fartote.
Mas este ano, ó arrais, ai não se rale
Que o peixe já não rema neste bote!
- Os mar`s `stão sequinhos. Benza-os Deus!
- E depois, os salceiros, os s´carcéus…
Não pode um home governar a vida!...
-Este ano já se sabe, ano de fome.
É tudo a remar contra um home!
A industria da pesca ´stá perdida!
Zé Preto - 1947
(Livro - Obras Reunidas)
domingo, 20 de dezembro de 2009
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
Mar Nosso - Zé Preto
Sesimbra: - povo, ralé
Sem armas e sem brasões
Só pulsos para lutar!
Povo de crentes, de fé
A quem o grande Camões
Não se esqueceu de cantar!
Sesimbra da voz gritando
Pela companha, a chamar
Entre o silêncio nocturno.
Voz de fantasma, que errando,
Anda p´lo escuro a penar
O seu destino soturno!
(Zé Preto - Extracto da Canção da Velha Piscosa - 1947)
domingo, 6 de dezembro de 2009
sábado, 5 de dezembro de 2009
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
Mulher de luto
Mulher de Luto
- Mulher de luto porque choras tanto
Que triste mágoa enche o teu olhar?
Mulher de luto, a causa do teu pranto?
Mulher de luto o que te faz chorar?
O céu é negro como um negro manto;
A tarde é escura; chora ao longe o mar;
E a pobre triste, no seu triste espanto
Olha-me triste e fica a soluçar
Soluça triste, no seu triste pranto
- Mulher de luto, o que te faz chorar?
O céu é negro, como um negro manto!
E a pobre triste, erguendo o triste olhar
Responde triste, no seu triste espanto:
- Choro o meu filho que morreu no mar
Zé Preto – 17.08.1943
Ilustração: J. Diogo - 2001
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
Jose Augusto de Andrade Júnior - Zé Preto
Poema de Zé Preto - Sesimbra
Balada do moço chamador
P´la noite de breu
Medonha e sem estrelas
Há gritos de medos
Clamores de procelas,
No vento, a correr,
Fantasmas errantes
Semeiam p´lo escuro
Ais apavorantes.
E por entre os medos
O moço do mar
É outro fantasma
No escuro, a gritar.
É outro fantasma
Negro, esfarrapado,
Chamando a companha
A cumprir seu fado…
A cumprir seu fado,
P´lo escuro parece
Que o moço dos segredos
Da noite conhece…
O moço conhece,
Da noite, os segredos,
Não teme fantasmas
E fala com os medos.
E fala co´os medos
Na noite sem cor
O moço do mar
-Moço chamador-
-Fantasmas da noite,
Porque andais penando?
- Fomos chamadores…
… Andamos chamando…
- Vós chamais p´ra quê?
Se essa é a minha sorte?
- Tu chamas pr´ao mar…
… Chamamos pr´à morte!
E os medos e o moço
Já são conhecidos.
Já chamam, p´la noite,
Com gritos par´cidos
Na noite de breu
O moço, gritando,
Mudou-se em fantasma
P´los homens chamando.
- Ó moço fantasma,
Qual é a tua sorte:
Tu chamas pr´ao mar…
… Ou chamas p´rá morte?
No escuro da noite.
O moço, a gritar.
Não sabe se chama
P´rá morte ou pr´ao mar.
Zé Preto – 4 de Outubro de 1947
Edição 2001: Câmara Municipal de Sesimbra
Ilustração da capa: J. Diogo (2001)
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
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